segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Sanzen Jintengo e Gohyaku Jintengo

 Sanzen Jintengo

Sanzen Jintengo é um termo utilizado para expressar o longo período de tempo desde a morte do Buda de Grande Excelência da Sabedoria Universal (大通智勝仏) até o Buda Shakyamuni da Índia. É mencionado no capítulo 7 Parábola da Cidade Imaginária (法華経化城喩品第7) do Sutra de Lótus, quando Shakyamuni revela sua relação (結縁) com as pessoas (fonte: livro Sutra de Lótus pág. 273-274).

Sanzen Jintengo significa, transformar os Três mil Grandes Mundos”(三千大千世界) em partículas (átomos, em termos atuais). Segundo explicação, os Três mil Grandes Mundos são transformados em partículas, e a cada 1000 mundos que passa, deixa cair uma partícula, e vai seguido até acabar todas as partículas. Depois, junta-se todos os Três mil Grandes Mundos que deixou partículas e todos os  Três mil Grandes Mundos que não deixou cair a partícula, reduz-se tudo em partículas, e cada partícula é contada como um kalpa de período. Sanzen Jintengo portanto, significa um tempo infinitamente longo, quase impossível de calcular. 

* Segundo alguns pesquisadores, um Três Mil Grande Mundo equivale ao um sistema solar.

* 1 Kapla equivale 4.320.000.000 (4 bilhão 320 milhões de anos).


Gohyaku Jintengo

O termo “Gohyaku jintengo” é derivada de “Gohyaku” em “Gohyaku Sem man -noku Nayuta Assogui''(五百千万億那由他阿僧祇), da parte longa do capítulo 16 do Sutra de Lótus. Nesta parte, o Buda Sakyamuni revela que ele havia atingido a iluminação no extremamente longínquo passado de Gohyaku Jintengo, e que desde então ele tem pregado a Lei às pessoas.

O tempo de Gohyaku Jintengo é explicados no Sutra de Lótus como segue (Sutra de Lótus 478). Junta-se Gohyaku Sem man -noku Nayuta Assoguis (1056 a 1064) de Três Mil Grandes Mundos e rezu-se tudo em partículas, ou seja, em átomos. Só para ter uma noção da grandiosidade dessa quantidade, vou colocar 1064 em número que seria seguinte: 500.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000. 

Então, depois de reduzir em partúcula, todos esse extremamente grande quantidade de Três Mil Grandes Mundos, prossegui-se para o leste, passando pelo Gohyaku Sem man -noku Nayuta Assoguis (1064 ) deTrês Mil Grandes Mundos, deixa cair uma partícula. Depois continua viajando e passa por Gohyaku Sem man -noku Nayuta Assoguis (1064 ) deTrês Mil Grandes Mundos, deixa cair mais uma partícula, e vai seguindo assim até acabar última partícula. 

 Depois que acabou todas as partículas, junta-se todos os Três Mil Grandes Mundos que você deixou cair partícula ou aqueles que não e reduz-se em partículas. Então, você conta cada partícula  como 1Kalpa de tempo. 1 Kapla equivale 4.320.000.000 (4 bilhão 320 milhões de anos). Em resumo, o Gohyaku Jintengo siginifica um tempo inimaginavelmente, incalculavelmente longo.








segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Três Princípios da Individualização (Sanseken)

 A visão budista da vida embasada nos Três Princípios da Individualização (san seken), nos oferece melhor compreensão de como ela se manifesta no ambiente. (Brasil Seikyo, Edição 1625)


No Registro dos Ensinos Orais diz:

"Conhecer Três Mil Mundos num Único Momento da Vida significa conhecer sobre Três Princípios da Individualização" 


Os seres vivos são indivíduos que manifestam a qualquer momento um dos Dez Estados. Os cinco componentes são os elementos constituintes que se unificam temporariamente para formar um ser vivo, e o ambiente é onde os seres vivos conduzem suas atividades. Podemos julgar os três princípios da individualização como as três dimensões do mundo fenomenal no qual os dez estados se manifestam. (Brasil Seikyo, Edição 1676) 


Três Princípios da Individualização (San seken em japonês) constitui parte da Itinen Sanzen, ou seja, de "Três Mil Mundos num Único Momento da Vida", juntamente com a possessão mútua dos dez estados da vida e os dez fatores da vida. 

O "seken", significa três distinções ou separabilidade no sentido original. Pode-se entender como as três dimensões onde as diferenças entre os dez mundos evidenciam.



1 - Cinco componentes da vida  (Go-on Seken em japonês) 
     (5 componentes que compões um ser) 

2 - Ambiente social  (Shujo Seken em japonês) 
    (cada ser possui os Dez Estados de vida)    

3 - Ambiente natural  (Kokudo Seken em japonês) 

   (ambiente onde o ser nasce e vive. Mundo em que vivem os seres, as montanhas, rios etc. Como o ambiente é diferente para habitante de cada um dos Dez Estados de Vida, é separado e distinguido).

De acordo com a definição budista, Três Princípios da Individualização é:      


Os Cinco Componentes da Vida (Go-on Seken) são costituído de:

1) Forma: Refere-se as percepções que os 6 órgãos dos sentido percebem e captam: as cores e formas, as vozes e sons, aroma / sabor / tato de materiais, como frio, quente, macio, duro, etc.             

2) Percepção:  Refere-se as percepções que os Seis Órgãos do Ssentido percebem e captam, as cores e formas, as vozes e sons, aroma/sabor/tato de materiais como frio, quente, macio, etc. 

3) Concepção: Refere-se à função de resumir as informações obtidas e elaborar / pensar a imagem dessa coisas na mente.         

4) Vontade:  É a função que conclui a imaginação que criou na Concepção. Também se refere às reações mentais que ocorrem após concepção.    

5) Consciência: É a função da mente que confirma, julga e distingue as coisas, baseadas na percepção, concepção e vontade.                      

Estrutura do Três Princípios da Individualização
No Registro dos Ensinos Transmitidos Oralmente (Ongui-kuden)  diz: “As pessoas são consumidas pelo fogo e veem que tudo está cheio de medo e sofrimento”.
Esta é uma passagem que elogia Itinen Sanzen de Ensino Verdadeiro do capítulo Juryo. A frase “Daika-sho-soji” significa grande chama desejos mundanos. Em termos de Três Princípios da Individualização (sanseken) , “Ga-shido an-non” significa Ambiente natural. E o “shujo-syo yu-raku” significa o Ambiente social. E o “Hoju-take-ka” siginifica Cinco componentes da vida. 
(*A pronuncia das letras do JiIgague não é igual ao livro de liturgia.) 

Nota: No capítulo Hoben, esclarece que todos nós somos Buda. E no Jigague do capítulo Juryo, está revelado que a vida do Buda é eterna, e por isso, é considerado parte mais importante do S. Lótus.     

Ainda no Registro dos Ensinos Transmitidos Oralmente (Ongui-kuden), Daishonin esclarece que “Ga-shido An-non” significa Ambiente Natural".
“Shido” significa “esta terra”, e “ An-non” significa “Terra da luz iluminada”  (…) . 
Os Cinco componentes da vida e o Ambiente Social haviam sido revelados no ensinamento provisório (até 14o capítulo do S. Lótus), mas o Ambiente natural só foi revelado no capítulo Juryo-hon, ou seja, no capítulo Revelação da Vida Eterna do Buda, e com isso complementa  e completa a doutrina do Itinen Sanzen(*). Em outras palavras, foi revelado que no Ambiente natural têm os Dez Estados de Vida.


Exemplo de Três Princípios da Individualização:

Vamos ver com o personagem francês Jean Valjean da famosa obra literária "Os Miseráveis" do Victor Ugo.
O Jean Valjean, ficou preso durante 19 anos por ter roubado pão. Viver na cadeia, é sem dúvida, viver o estado de Inferno. Tudo que ele sentia e experimentava, era do estado de Inferno (os Três Princípios da Individualização também era do estado de Inferno) Falta de higiene, mal cheiro, comida ruim, os prisioneiros brigando entre si e as vezes ameaçava Jean. Os carcereiros também maltratava. 



Mas quando o Jean Valjean escapou da prisão e começou a viver como um ser normal (como um cidadão), o estado da vida dele foi de Tranquilidade. Morava numa casa aconchegante e limpa, comia pratos deliciosos, vivia no círculo social onde só haviam pessoas educadas e cultas, e o convívio com a Cosette, a menina que ele adotou, preencheu o coração dele de amor.
Nassa vida de cidadão comum, ou seja, do estado de Tranquilidade, tudo que Jean sentia e experimentava, trazia satisfação, tranquilidade e alegria. Isto é; os Três Princípios da Individualização também era do estado de Tranquilidade. 
 

Os cinco componentes da vida expressam-se de diferentes modos de acordo com suas dez condições. Ao mesmo tempo, os seres vivos mostram distinções de acordo com seu ambiente. Assim, enquanto o princípio dos cinco componentes(go-on seken) analisa o ser vivo em suas funções físicas e psíquicas constituintes, o princípio do ambiente do ser vivo (kokudo seken) o considera um indivíduo integrado capaz de interagir com seu ambiente.


DIÁLOGO: DIREITOS HUMANOS NO SÉCULO XXI 
de Pres. Daisaku Ikeda com o Austregésilo de Athayde  (O diálogo foi realizado em 1993)


   No budismo tem um princípio chamado “Três Princípios da Individualização”, que em alguns aspectos discute a relação entre o indivíduo e a sociedade e o seu meio ambiente. (…)  Os “três mundos” são “cinco componentes da vida”, “ambiente social” e “ambiente natural”. Essas três separações significa “diferença”.
   Os “cinco componentes da vida” refere-se ao fato  de que existem várias diferenças nos aspectos físicos e mentais da vida humana. No entanto, o propósito de observar a diferença cinco componentes da vida não é reconhecer as diferenças, mas sim saber que embora a realidade seja diferente, a “natureza de Buda” brilha universalmente em sua essência e natureza para todos.

  Em outras palavras, a “cinco componentes da vida” prega que a essência de toda a vida é “igualdade” e “dignidade”. Isto está profundamente relacionado com o preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos nos artigos 1º e 2º, que estabelecem os fundamentos dos direitos humanos e constituem a própria base dos direitos humanos.
   Em seguida, o “ambiente social” refere-se às diferenças entre os indivíduos criadas pelos cinco componentes da vida. Isso corresponde ao fato de existirem diversas diferenças entre os indivíduos, como raça, gênero, origem familiar e posição social.  O Budismo transcende o apego a essas diferenças superficiais e visa um estado de “liberdade”.

   Por último, “ambiente natural” refere-se às várias diferenças no ambiente em que vivem as pessoas. Esta relação entre a pessoa e o seu ambiente pode ser vista como uma relação de Inseparabilidade da vida e seu ambiente (esho funi). “Sho-ho” é o sujeito, e “E-ho” é o objeto que sustenta e possibilita a expressão da vida. O ser humanos podem agir sobre o meio ambiente e destruí-lo ou construí-lo. 
Além disso, a “personalidade” das pessoas, tanto física como mental, é criada e formada pelo seu ambiente.

   Aqui, “ambiente natural” refere-se a todos os ambientes em que vivem os seres vivos, incluindo o ambiente natural que sustenta a sobrevivência dos homens e tudo o que nutre e sustenta a nossa vida, tanto física como mentalmente. Em outras palavras, os ambientes culturais e sociais que cada grupo étnico ou raça construiu até hoje são também elementos importantes da “ambiente natural”. 



Fim




    

Possessão Mútua dos Dez Estados de Vida

 Definição de Dez Estados de Vida:

Os “Dez Estados de Vida” são uma classificação do estado da vida em 10 categorias. É a base da filosofia da vida do Budismo de Nichiren Daishonin. (Brasil Seikyo, Edição 1616)

Ao estudar os princípios dos Dez Estados de Vida, podemos compreender com precisão o próprio estado de vida e obter diretrizes corretos para a transformação da vida. (fonte: site de Estudo de Budismo da Soka Gakkai)

Ilustração do casamento do Siddhartha e da Yasodhara (dhamma.uk)

  Há 2500 anos atrás, o Siddharta Gautama* nasceu como príncipe de um pqqueno reino na região norte da Índia. Quando tornou adulto, ele decidiu abandonou a vida confortável do palácio em busca da resposta para questões de sofrimentos da velhice, da doença e da morte. 

  Ele iniciou a vida de ascetismo e procurou vários mestres brâmanes, mas não obteve resposta que procurava. Tentou também as práticas de austeridades para purificar o corpo, atingindo um grau de mortificação que nenhum asceta ousava chegar, mas viu que esta também não o conduziria à resposta.
Após 6 anos de austeridades, Siddharta entrou nas profundezas da sua mente por meditação debaixo da grande árvore de bodhi, e despertou para a verdade, Isto é, a Iluminação. (*Siddharta Gautama é nome de infância do Buda Sakyamuni)



  Ele descobriu que as causas que levam os homens à infelicidade e sofrimento são três venenos,que são: Avareza, ira, estupidez e desejos mundanos.
Mas, ele encontrou também : benevolência, sabedoria, coragem e esperança, virtudes que podem combater as influencias negativas e maldades.


Possessão Mútua dos Dez Estados de Vida

  O conceito de Dez Estados de Vida e Possessão Mútua dos Dez Estados de Vida, nos ensina a viver uma vida virtuosa, com dignidade e respeito aos outros.

Dentro da nossa vida existem Dez Estados de Vida.

Para facilitar o entendimento da possessão mútua de os Dez Estados de Vida, vamos imaginar uma pizza.

Possessão Mútua dos Dez Estados de Vida, seria como figura abaixo, pois cada Estado tem 10 Estados de Vida.

O objetivo da prática do budismo, é trasnformar a sua tendência básica para o  Estados de Buda. Isto é, transformar para o Estados de Buda, a tendência ou hábito que está no raíz da sua vida.
Essa tendência ou costume que todos nós possuímos, são chamados de base da vida, seria como “hábito” da sua vida que você tem, aquele “hábito” que a gente sempre evidencia. 
Quando nós relacionamos com algo que ativa (desperta) um dos seus 10 estados de vida, manifesta Estado de Vida relacionado.
Se esse Estado de Vida for de Quatro Estados Inferiores, pensamos, agimos e comportamos de acordo com esse Estados Inferiores.
Transformar essa base da vida que é o raiz de pensamentos e ações para o estado de Buda. Isso é a Revolução Humana.

Podemos entender que essa base é como se fosse nossa casa, que a gente sempre retorna. Todos nós, em quanto estivermos vivos, sempre relacionamos com o algo do seu ambiente. E, de acordo com esse contato ou relacionamento, a gente as vezes fica zangado, as vezes ri, as vezes pensa… As condições da nossa vida muda de tempo em tempo. 
Entretanto, há pessoas que enfurecem rapidamente, há outras que logo pensa negativo e as vezes cai na depressão, pessoas com vitalidade baixa.
Por outro lado, há pessoas que pensam e agem para o bem de outras pessoas, as que tem com base (casa), estado de bodhisattva. 

Suas ações, reações e sentimentos são direcionados conforme o seu Estado de Vida Base. Se o Estado de Vida Base for os 4 Estados inferiores que são Estado de Inferno, Fome, Animalidade e Ira, seus sentimentos e ações também se serão de acordo com um desses Estados de Vida Base. 



Se for os 5 Estados de Vida superiores que são Alegria, Erudição, Absolução, Bodhsattva e Buda, seus sentimentos e ações também se serão de acordo com esses Estado de Vida Base

A

Assim como nós saímos todo dia da casa para ir trabalhar, ou estudar, o ir no salão para fazer cabelo ou unhas...

Mas, ao terminar o serviço ou seu expediente, aula ou afazer, todos vão embora para a sua casa.


De maneira semelhante, a evidencia um dos 10 estados de vida, a todo momento, provocado pela relação exterior, mas o seu Estado de Vida Base, se mantém inalterável.



Exemplo de uma pessoa que vive o Estado de Inferno, como Estado de Vida Base. Ela sofre com vários problemas. 
Mas, mesmo quem vive no Estado de Inferno como sua base de vida, tem momentos de alegria, tranquilidade, etc. 


  Independentemente do Estado de Vida Base, todos sentem e vivem momentos de sentir alegria,  tranquilidade. Foi isso que nós vimos na matéria os Dez Estados de Vida.


Sabedoria do Sutra de Lótus:

No diálogo sobre o ensinamento contido no Sutra de Lótus, há observações interessantes do presidente Ikeda sobre a Possessão Mútua dos Dez Estados. Nesse diálogo, pode-se entender bem melhor sobre o assunto. A seguir, um trecho desse diálogo (traduzido por Pratyeka).

Ikeda: O Gosho diz que os “Não há nada diferente do Sutra de Lótus. O princípio da causa e o efeito dos dez estados de vida haviam sido revelados nos sutras anteriores ao Sutra de Lótus. E agora, foi revelado a causa e o efeito da possessão mútua dos dez estados de vida no Sutra de Lótus.” (Gosho Zenshu pág. 326 ).
O princípio da possessão mútua dos dez estados de vida é essência da essência dos ensinamentos do Sutra de Lótus. Portanto, não é algo que possamos explicar om poucas palavras. 
O o que é “possessão mútua”? Se você entender a “possessão mútua”, como a sua vida pode mudar?  Vamos começar compreender a partir desse ponto.

Saito: Como o próprio Daishonin diz, nos ensinos pré-Sutra de Lótus, já haviam sido revelado sobre dez estados de vida. Entretanto, esses dez estados de vida eram todos separados e distintos entre si. Por esse motivo, para uma pessoa que vive no estado de tranquilidade (nota: o estado de tranquilidade, originalmente é escrito “estado de humano”) alcançar o estado de Buda, tinha que abandonar a vida de estado de humano. 
Por essa razão, o Buda pregou nos ensinamentos antes do Sutra de Lótus que os mortais comuns tinham que se submeterem à prática de incontáveis kalpas, para se livrar 9 estados de vida (estados de Bodhisattva até Inferno), ou que renascerá na Terra Pura (paraíso), bem distante do mundo real.

Ikeda: “O estado de humano possui os 10 estados”. Uma coisa, que achamos que é obvio, mas na verdade, esse é o ponto chave da do princípio da possessão mútua dos dez estados de vida.
Em outras palavras, existem dez estados de vida no universo. O universo inteiro em si, é um grande ser dotado de dez estados de vida. Nós nascemos no estado de humano dentro desse universo. Existem dez estados de vida neste estado de humano dentro desse universo, e também existem dez estados de vida também no mundo animal. Cada um dos dez estados de vida, incluindo o estado de fome e o estado de ira, possuem também seus próprios dez estados de vida.

Ikeda: Então, por que foi pregado a “possessão mútua dos dez estados de vida”?
O propósito disso é ensinar que “o estado de humano é dotado de dez estados de vida”. Sobretudo, esse princípio ensina que “o estado de Buda existe (também) no estado de humano” e que as pessoas comuns podem atingir o estado de Buda tal como são.
Saito: Saber disso se chama-se “observar a mente (kanjin)”. O Daishinin diz: “Observar a mente (kanjin) significa observar a própria vida e ver os dez estados de vida”.

Ilustração para ter uma noção de tempo que um mortal levava para alcançar o estado de Buda. Como levava um tempo inimaginavelmente  longo, é chamado de "prática de incontáveis kalpas".



Fim


sexta-feira, 12 de julho de 2024

Dez Estados de Vida

Os “Dez Estados de Vida”, ou “Dez Mundos” é uma classificação dos estados de vida em 10 categorias e é a base da visão budista sore a vida.

Ao estudar os princípios dos Dez Estados de Vida, pode-se compreender com precisão o próprio estado de vida e obter orientações para transformar o próprio estado de vida.

Os “Dez Estados de Vida” são: Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade, Alegria, Erudição, Absolução, bodhisattva e Buda.
Destes, o Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade e a Alegria são conhecidos como os "Seis Caminhos", e Erudição, Absolução, bodhisattva e Buda são conhecidos como os "Quatro Nobres Caminhos". 

Os “Seis Caminhos” é uma versão budista da antiga visão do mundo indiana que dividia o mundo em seis classificações, onde a vida (pessoa) repete o ciclo de nascimento e a morte. Os “Quatro Nobres Caminhos” são estados de vida que podem ser obtidos através da prática budista.

Nos outros sutras além do Sutra de Lótus, cada um dos Dez Estados de Vida era visto como um estado imutável e permanente. 

Podemos citar como exemplo, a Terra Pura do Oeste (西方浄土), pregado nos sutras da Terra Pura 浄土経典, ou Terra Pura do Oeste de Luz Lápis Lázuli (東方瑠璃光浄土), onde o Buda Rei dos Remédios, que representam o estado de buda. E há também citação de inferno, que seria o estado de inferno dos Dez Estados de Vida. 

Imagem de paraíso (estado de Buda) e inferno descritos nos ensinos pré-Sutra de Lótus. Muitas pessoas acreditavam esses mundos (estados) imaginários que iriam após a morte.



Entretanto, esses estados de vida são distantes da realidade que vivemos. Esses estados imutáveis e permanentes, foram "meios", que o Buda Sakyamuni utilizou para incentivar e conduzir os seus seguidores ao ensino supremo, que é o Sutra de Lótus.

Quando o Buda começou a pregar o Sutra de Lótus, ele revelou que tanto paraíso (estado de buda) como inferno (e os demais estados de vida) existem dentro da nossa vida, e que podemos evidenciar o estado de buda na presente vida e na presente forma. Até então, todos achavam que para se tornar buda (estado de buda), era necessário praticar por incontáveis kalpas e subir gradativamente os níveis de bodhisattvas, para, finalmente alcançar o estado de buda. 

Mas ao chegar no Sutra de Lótus (para ser exato, no 2o capítulo "Meios", Hoben-pon) , através do "verdadeiro aspecto de todos os fenômenos-Shoho Jisso", ele revelou que todos os seres possuem o estado de buda dentro de si. Assim sendo, uma pessoa que está evidenciando um dos dez estados de vida no presente momento, possui os demais nove estados de vida, e conforme influência interna ou externa, pode evidenciar outros estado de vida.

O fato de cada um dos Dez Estados de Vida possuir os seus próprios Dez Estados de Vida é chamado de Possessão Mútua dos Dez Estados de Vida, que veremos na outra ocasião. 

A figura abaixo, mostra as dez classificações dos Dez Estados de Vida, entretanto, devem entender que os dez estados não são degraus evolutivos nem estágios. Também não servem para separar as pessoas em grupos distintos. .


Estado de Inferno

O inferno é o estado mais baixo de vida, confinado aos sofrimentos. A palavra inferno vem do latim "infērnum" que significa profundezas da Terra, mostra metaforicamente o seu significado.

Como diz Daishonin: “Tenha medo do inferno. Pois lá a casa é de .” (Gosho pág. 1439), o estado de inferno é um estado o qual a pessoa sente que todo o seu redor (mundo) traz sofrimento, tal como ser rodeado de fogo.


Daishonin também diz no "O Objeto de Devoção para Observar a Mente Estabelecido no Quinto Período de Quinhentos Anos Após a Morte d"Aquele que Assim Chega" (Kanjin no Honzon Sho) que “o ódio é o inferno”. “Ódio” é um sentimento que surge, quando as coisas não são resolvidos como essa pessoa deseja, ou rancor ao mundo que te rodeia que faz sentir só sofrimento. Em outras palavras, sente-se agonizado em viver, qualquer coisa que se vê sente infelicidade.

Estado de Fome:

O estado de fome é um estado de sofrimento no qual os seus não são saciados.
O termo estado de fome deriva-se da palavra "gaki"(餓鬼), que tem sua origem na antiga Índia, e significava "morto". Dizia-se que os mortos estavam sempre com fome e necessitados de comida, por isso, o estado de vida em que o corpo e a alma eram consumidos pelas chamas do desejo insaciável, era chamado de  estado de fome.
Daishonin diz: “A ganância é Fome” e “Fome é um lamentável estado em que pessoas famintas devoram seus próprios filhos” (END, v. 4, p. 280). É um estado de vida em que a pessoa é consumida por desejos intermináveis e incontroláveis, e a pessoa sofre.


Mas o desejo tem lados bons e ruins. É verdade que as pessoas não podem viver sem ter desejos como o apetite. O desejo também pode ser a energia que impulsiona  progresso e desenvolvimento aos humano. Entretanto, as pessoas que vivem no estado de fome são incapazes de usar os seus desejos de forma criativa e vivem sofrendo como se fosse escravos dos seus próprios desejos.


Estado de Animalidade:

A palavra animalidade, significa originalmente, atributos que caracterizam os animais irracionais e a parte instintiva do homem. A característica do estado de animalidade é sua “estupidez”, na qual só visa os interesses imediatos e é incapaz de raciocinar.



Daishonin diz: “A tolice é Animalidade”, “É da natureza dos animais ameaçar os fracos e temer os fortes” (Ibidem, p. 16) e “Animalidade é matar ou ser morto” (END, v. 4, p. 280).
Na condição de vida do estado de Animalidade, as pessoas agem compulsivamente, de forma irracional e sem moralidade. O critério de suas ações é se aproveitar dos mais fracos e bajular os mais fortes. Não conseguem visualizar o futuro e ficam presas somente às coisas imediatas e, no final, destroem a si mesmas.
Os estados de Inferno, Fome e Animalidade são condições de terrível agonia e, portanto, conhecidos como Três Maus Caminhos.

Estado de Ira

Em sua origem, o estado de Ira tem origem num antigo deus indiano que adora conflitos. 
A caracteristica do estado de Ira é constante e desenfreado desejo de vencer os outros.
Quando uma pessoa no estado de Ira sente que é superior aos outros, ela manifesta arrogância e menospreza os outros que acha que é inferior a ela. 


Mesmo quando encontra com alguém que tem capacidade superior, ela não consegue respeitá-la, e diante de uma pessoa com notável superioridade, se torna bajuladora, 
As pessoas do estado de Ira, vivem se preocupando em "como mostrar aos outros que ela é superior", portanto, pode-se dizer que a ambiguidade entre as ações e o coração é a característica essencial do estado de Ira. 
Daishonin descreve esse estado na frase “A perversidade é Ira” (END, v. 5, p. 173). 
Em suma, com o sentimento distorcido, procura aparentar um aspecto que nada tem a ver com a sua verdadeira natureza.

O estado de Ira, diferentemente dos Três Maus Caminhos (estados do Inferno, da Fome e da Animalidade) em que a pessoa é completamente dominada pelos desejos fundamentais dos Três Venenos (Avareza, Ira e Estupidez), ela possui consciência dos seus atos, portanto pode-se dizer que é um estado superior aos Três Maus Caminhos.
Entretanto, como o seu estado é uma condição de vida baseado na arrogância, inveja e frustração, e viver dessa maneira só traz sofrimento e infelicidade, juntando se ao estado de Ira, os estados dos Três Maus Caminhos, formam as Quatro Tendências Maléficas ou Quatro Maus Caminhos.

*Nota do autor: O termo "Ira" utilizado para explicar esse estado de vida, não é adequado, pois a palavra "ira" significa intenso sentimento de ódio, de rancor, ger. dirigido a uma ou mais pessoas em razão de alguma ofensa, insulto etc., ou rancor generalizado em função de alguma situação injuriante; fúria, cólera, indignação. E como não existe vocabulário português que tem significado igual ou semelhante ao "asura", poderia denominar mesmo de "estado de Asura", tal como foi introduzido os termos bodhssatva e buda.  


Estado de Tranquilidade:

O estado de Tranquilidade é conhecido também como o estado de Humanidade. É uma condição de vida em que a pessoa manifesta paz e serenidade como um verdadeiro ser humano. Daishonin assegura: “Serenidade é estado de Humanidade” (Ibidem).

A característica desse estado é ter conhecimento da lei da causa e efeito e utiliza razão para julgar o bem e do mal. Daishonin afirma: “O sábio deve ser chamado humano, e os tolos, animais” (END, v. 1, p. 299).

Entretanto, não se consegue manter essa condição de vida digna de um ser humano sem esforço, pois na sociedade em que vivemos está cheia de influências negativas, por isso é extremamente difícil viver dignamente como ser humano se não houver um esforço constante para se controlar e progredir a si mesmo. 
Por essa razão, o estado de Tranquilidade seria o primeiro passo para chegar ao nível de "vencer a si mesmo". 

Além disso, o estado de Tranquilidade é interpretado também como uma espécie de receptáculo para a própria iluminação. No estado de Tranquilidade, ainda existe o risco de cair para Quatro Maus Caminhos ou Três Maus Caminhos, entretanto, possui também o potencial para avançar para os Quatro Nobres Caminhos através do empenho na prática budista.


Estado de Alegria:

Na Índia antiga, o termo “céu” referia-se ao mundo que os deuses que têm poderes sobre-humanos moravam. Os indianos antigos  acreditavam que aqueles que praticassem boas ações nesta vida renasceriam no céu na próxima vida.
No budismo interpreta céu como um dos estados de vida de alegria que a pessoa sente quando seus desejos são realizados como resultado de seus esforços. Daishonin diz: “Alegrai-vos no céu”. 


O estado de Alegria são manifestados quando são concretizados desejos como: instintivos, de dormir e se alimentar; obter objetos ou materiais que desejava ter, como adquirir um carro ou uma casa nova; por obter fama e posição social, ou mesmo alguma honra; satisfação em aprender sobre o mundo desconhecido, ou descobrir algo novo na área de ciência; e criar uma bela arte. 
Entretanto, esse estado de alegria e felicidade, desaparece com o tempo ou mesmo com mudança de circunstâncias.
Por esse motivo, não se pode considerar que o estado de Alegria como uma condição de verdadeira felicidade que devemos objetivar.


Dos Seis Caminhos para os Quatro Nobres Caminhos



Os Seis Caminhos (do estado de Inferno ao de Alegria), são condições de vida em que as pessoas são influenciadas pelas influências externas.
Quando seus desejos são realizados, as pessoas experimentam a alegria do estado de Alegria, e quando o seu ambiente é pacífico, desfrutam da bonança, bem-estar e paz do estado de Tranquilidade. 
Porém, quando esses estados de alegria ou paz são rompidas ou desaparecem, imediatamente surgem os sofrimentos do estado de Inferno e de Fome. 
Como as pesssoas que vivem nos Seis Caminhos são influenciados pelas circunstâncias externas, vivem a vida privadas da liberdade e não têm autocontrole.



A prática budista visa consolidar um estado de vida independente e feliz que não seja influenciado pelas circunstâncias. E os estados de iluminação* obtidos através da prática budista são chamados de Quatro Estados Nobres, que são: Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda.
* Iluminação significa despertar para a verdade do universo e da vida. Como podem ver nas explicações abaixo, as pessoas que vivem nos estados de Erudição, Absorção, conseguem desvendar parte da verdade, ou seja, iluminação parcial. 

Dois Veículos- Estado de Erudição e Estado de Absolução:

No Budismo, os estados de Erudição e Absorção são dois estados de vida que podem ser obtidos através da prática do Budismo Hinayana. Esses dois estados são chamados de Dois Veículos.  

O estados de Erudição refere-se ao estado de vida em que a pessoa atingiu a iluminação parcial ouvindo os ensinamentos do Buda.

Por outro lado, o estado de Absorção é também um estado de vida em que uma pessoa alcançou a iluminação parcial do Budismo por si mesmo, através da observação de diversos fenômenos. Também é chamado de Pratyekabuddha (engaku縁覚). 

A iluminação parcial significa perceber a “impermanência”ou a”transitoriedade”da vida. A impermanência se refere ao fato de que todas as coisas que existe no universo se transformam, surgem e desaparecem com o tempo. As pessoas que vivem nos estados de Dois Veículos estão ciente dessa verdade, ou seja , que o mundo é transitório e impermanentes, e superam o “apego” a isso.

As pessoas podem sentir ocasionalmente sobre o aspecto de transitoriedade que envolve nós mesmo e o universo que te rodeia. 

Daishonin nos mostra que os Dois Veículos estão presentes também no estado de Tranquilidade (Humanidade) na frase: “O fato de que todas as coisas deste mundo são transitórias está perfeitamente claro para nós. Não será por que os estados dos dois veículos estão presentes no estado humano?” (END, v. 5, p. 174)

As pessoas que aspiravam a vida de os Dois Veículos procuravam eliminar os apegos pelas coisas impermanentes, pois achavam que isso seria a causa do sofrimento. No entanto, por causa disso, acabam entrando no caminho errado de extinguir e eliminar tudo que há, inclusive a mente e o corpo (isso é chamado de “keshin metti”灰身滅智).

Da perspectiva da iluminação do Buda, a iluminação alcançada pelos Dois Veículos é apenas parcial, não é perfeita. Contudo, as pessoas dos Dois Veículos se sossegam no seu baixo nível de percepção e não buscam a verdadeira iluminação de Buda. Embora elas reconheçam a grandeza do estado de vida do seu mestre, o Buda, não pensam que podem alcançar o mesmo nível, e preferem permanecer nos seus níveis baixo de iluminação. Além disso, os Dois Veículos se isolam no mundo egoístico, e não se empenham em salvar os outros.


Estado de Bodhsattva:

O termo Bodhisattva significa se esforçar ininterruptamente para chegar a percepção do Buda. Ao contrário dos Dois Veículos que se conformavam que jamais poderiam alcançar o estado de vida do seu mestre Buda, os bodhisattvas se empenham constantemente para alcançar o estado do seu mestre Buda. Além disso, os bodhisattvas dedicam à salvação de todas as pessoas, transmitindo o ensinamento do Buda.


As características do estado de Bodhisattva é o “espírito de procura” em busca do mais elevado estado nível de vida (que é o estado de Buda), e ao mesmo tempo empenham-se na prática do “altruísmo”, a qual a ele compartilha aos outros, os benefícios obtidos através da prática budista.

Vivendo no mundo real, a essência do espírito de Bodhsattva é “extrair o sofrimento e conceder a felicidade” às pessoas que estão sofrendo e conquistar a felicidade para si e para outras. Em outras palavras, o que motiva os bodhisattvas a se empenharem para a felicidade dos outros chama-se “compaixão”. 

Em "O Objeto de Devoção para Observar a Mente Estabelecido no Quinto Período de Quinhentos Anos Após a Morte d"Aquele que Assim Chega" (Kanjin no Honzon Sho), Daishonin diz: “Até um terrível criminoso ama a esposa e os filhos. Ele também possui certo grau do estado de Bodhisattva em sua vida”. 

Assim como até mesmo um terrível criminoso que é cruel com todos, ama sua própria esposa e filhos, a nossa vida está dotado de benevolência voltado para outros. O estado de Bodhisattvas dirige esta benevolência para todas as pessoas, e faz com que esse condição de vida seja base da sua vida.


Estado de Buda:

O estado de Buda é o estado supremo de vida que o Buda incorpora.

Buda significa “aquele que despertou” e refere-se a uma pessoa que despertou para a Lei Mística, que é a "Lei fundamental" que permeia o universo e a vida. 

O termo Buda, especificamente é o nome do Buda Shakyamuni que nasceu na Índia. Há vários sutras que descrevem sobre vários budas, como o Buda Amida, entretanto, esses budas são fícticos que mostram metaforicamente o esplendor do estado de vida do Buda.



Nichiren Daishonin é o Buda original dos Últimos Dias da Lei, que manifestou o estado de Buda em sua própria vida de ser humano comum, estabelecendo o caminho para a iluminação de todas os pessoas.

O estado de Buda é uma condição de vida vasta e repleto de virtudes e boa sorte que é obtido através da percepção de que a origem da sua vida é a Lei Mística. O Buda que estabeleceu esta condição de vida incorpora suprema benevolência e sabedoria ​​e usa seu poder para contínua batalha, para fazer com que todas as pessoas alcancem o mesmo estado de Buda.
O estado de Buda é inerente à vida de todos. Porém, evidenciar essa condição de vida no nosso cotidiano cheia de preocupações e problemas. NIchiren Daishonin inscreveu o Gohonzon como um meio para que as pessoas possam manifestar o estado de Buda.

O estado de Buda de Nichiren Daishonin, o Buda dos Últimos Dias da Lai, se manifesta no Gohonzon, e a essência disso é o Nam-myoho-rengue-kyo.
Quando acreditamos no Gohonzon e empenhamos na recitação de Daimoku e exercemos os exercícios como bodhsattva, podemos manifestar o estado de Buda em nossas próprias vidas.

Em relação à profunda relação entre a vida e o estado de Buda, Nichiren Daishonin diz em seu O Objeto de Devoção para Observar a Mente Estabelecido no Quinto Período de Quinhentos Anos Após a Morte d"Aquele que Assim Chega" (Kanjin no Honzon Sho): “O Objeto de Devoção para a Observação da Mente”: “As pessoas comuns que nasceram nestes Últimos Dias acreditam no Sutra de Lótus porque o estado de Buda existe no mundo humano” (END, v. 5, p. 174). 

O Sutra de Lótus é um ensino que possibilita que todos possam atingir o estado de Buda, isso porque, dentro da nossa vida existe o estado de Buda.
Sobre esse fato, o 26º sumo prelado
Nikkan Shonin fez a seguinte interpretação: “O estado de Buda é a denominação dada ao forte fé ao Sutra de Lótus”. O “Sutra de Lótus” mencionado aqui é o Sutra de Lótus dos Últimos Dias da Lei, ou seja, o Gohonzon. Portanto, o estado de Buda nada mais é que "manter a vida baseado na forte prática no Gohonzon".

Em termos modernos, o estado de Buda pode ser descrito como um estado de felicidade absoluta que não pode ser influenciado por nada. 
O presidente Ikeda diz numa orientação: "A felicidade absoluta chama-se iluminação. Então, em que consiste a felicidade absoluta? É sentir profunda alegria e satisfação só pelo fato de estar vivo, enfim, sentir plena satisfação em tudo o que vê, em tudo o que ouve. ‘Ah! Como sou feliz!’ Quando isso ocorrer, este mundo secular transforma-se na terra pura da iluminação e isto se chama felicidade absoluta”.
Uma felicidade que não se abala por nada é considerada felicidade absoluta." (Brasil Seikyo - Edição 2396 - 18/11/2017)


Fim

Cometário do autor: O conteúdo desta matéria foi baseado no site "Introdução ao Estudo de Budismo" 教学入門 da Soka Gakkai do Japão.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

O que é Atingir a Iluminação?

 Todos que praticam o budismo devem pensar:


"Quando vou atingir a iluminação"

  ou

"Quando vou atingir o estado de buda?"

  ou

"Será que eu já alcancei a Iluminação?"

Se você é um membro da BSGI (Associação Brasil SGI), pode ser que o trajeto para atingir o estado de buda seja como ilustração abaixo:




Isso por que ninguém dá certificado de Estado de Buda e muito menos você acorda um dia de manhã e se vê que tornou um buda.

Então, quando podemos tornar um buda ou alcançar o estado de buda?
A definição de "atingir o estado de buda, segundo o Oxford Linguages é seguite:


Conceito errôneo sobre buda:

A Seita Terra Pura (Jodo-shu) fundado por Honen, prega que as pessoas atingem o estado de buda após a sua morte. Isso porque essa seita pregava que este mundo é terra de sofrimento e que somente chegando na terra pura após a morte que se libertará dos sofrimentos.


Definição do Estado de Buda: 
(fonte: Enciclopédia de Filosofia da Univeridade Stanford*)

Estado de Buda, em inglês é Buddhahood= Buddha+hood 
O termo "hood" que comumente é conhecido como "capuz", mas no inglês antigo significa “condição” ou “classificação” que tem origem no "had".

O termo “Buda”, segundo definição da Enciclopédia de Filosofia da Universidade Stanford, significa “aquele que despertou”. E era um título honorífico conferido ao indivíduo que descobriu o caminho 
da nirvana, que livrou dos sofrimento, e propaga essa descoberta para que outros também possam alcançar o nirvana.

Na etimologia: segundo língua “Pali”, que era liturgia utilizada na escola Teravada, o termo Buda significa “o Desperto, o Iluminado”, que tem origem no sânscrito बुद्ध (buda, “desperto, iluminado”), particípio passado de बोधति (bodhati, “acordar, despertar").


Definição da Soka Gakkai: 

Daishonin ensinou que “Buda” não é uma coisa misteriosa que existe no outro mundo fora de si, mas um estágio de vida mais elevada dentro de si. 
Embora muitos sutras digam que “Buda é um ser especial”, o Sutra de Lótus foi o primeiro a pregar que “todos podem atingir o estado de Buda”. Por esta razão, o Sutra de Lótus é considerado como o “Rei de todos os sutras”.

Nichiren Daishonin diz: “Mesmo que recite e acredite no Myoho-rengue-kyo, se pensa que a Lei existe fora de seu coração, o senhor não está abraçando a Lei Mística, mas um ensinamento inferior. "Ensinamento inferior" refere-se a outros preceitos além desta sutra (Sutra de Lótus), que são meio provisórios.” (Atingir o Estado de Buda nesta Existência. CEND Vol.1 pag.3)

Quando a gente atinge o estado de buda?

Daishonin diz que “atingir o estado de Buda” é abrir a “vida de Buda” que é inerente em cada um de nós e através disso, conquistar a felicidade absoluta.

No Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente (Ongui kuden) diz:  ”Atingir’ [o estado de buda] possui o significado de “abrir a vida de Buda” .

Nós, “mortais comuns”, isto é, pessoas comuns, podemos abrir e evidenciar o estado de vida de Buda em nós mesmos, do jeito que somos. É por isso que é chamado de “alcança do estado de Buda na formade mortal comum” (Bompu Jobutsu 凡夫成仏) ou "atingir o estado de buda nesta existência" (Sokushin Jobutsu 即身成仏).
Alcançar o estado de Buda não significa ir para outro mundo, mas sim construir um estado de felicidade absoluta neste mundo real que não pode ser destruído por nada. (fonte: Soka NetSoka Net)



No Três Grandes Leis Secretas diz: “Entretanto, agora entramos nos Últimos Dias da Lei e o daimoku que eu, Nichiren, recito é diferente daquele das eras anteriores. Esse Nam-myoho-renge-kyo inclui tanto a prática individual como a altruística” (WND, v. 2, p. 986).”

No “Como Aqueles que inicialmente Aspiram ao Caminho Podem atingir o Estado de Buda por meio do Sutra de Lótus: (Hokke shoshin jobutsu sho)” diz: "“Quando reverenciamos o Myoho-rengue-kyo inerente em nossa própria vida como objeto de devoção, ativamos nossa natureza de buda e a manifestams por meio do Nam-myoho-rengue-kyo. Esse é o significado de buda. Para ilustrar, quando um pássaro engaiolado canta, os que estão voando livres pelo céu são atraídos pelo chamado dele. o pássaro engaiolado se esforça para se libertar. Quando recitamos a Lei Mística, nossa natureza de buda é ativada e emerge infalivelmente.”



Nam-myoho-rengue-kyo é a lei fundamental que permeia o universo e a vida.
O Buda Shakyamuni “despertou” para essa Lei eterna e universal, que existe dentro dele. Razão pela qual é chamado de “Buda” – Aquele que despertou.

O Buda Shakyamuni ensinou que, estando consciente da própria dignidade, podemos conhecer e respeitar a dignidade dos outros. 
Este é o espírito básico da “benevolência”.


Fim



Estabelecer Ensinamento Correto para a Pacificação da Terra - Primeira Parte (2)

 Estabelecer Ensinamento Correto para a Pacificação da Terra - Primeira Parte (2)


  A postagem anterior, terminou com a seguinte frase: 

     O que está errado? Que falta foi cometida? 

  Repetindo a explanação da postagem anterior, essa pergunta do viajante representa o sentimento tácito dos líderes concientes da época, e o Rissho Ankoku Ron mostra a solução dos problemas. Essa pergunta inclusive, hoje em dia também é feita por muitas pessoas.
  Todos sabem que para curar uma doença é preciso  procurar a causa e origem da dornça, e então administrar o tratamento de acordo com a prescrição correta, e é isso que todos fazem.
  Nessa frase acima, o Daishonin clama que, a atitude de buscar incansávelmente a causa do sofrimento do povo é o que um verdadeiro líder deveria fazer.

A agricultura já era bastante desenvolvida na época, porém sistema de transporte era muito precário.


Desastres da época do Daishonin e desastres de hoje:

   Há pessoas que apontam o subdesenvolvimento da ciência e da tecnologia como a razão pela qual os desastres daquela época provocaram número assustadoramente grande de vítimas. 

Seca e fome:
Por exemplo, em relação à seca, as técnicas agrícolas de 800 anos atrás não utilizavam os grandes rios para irrigação como é feito hoje. A maior parte das terras aráveis eram terras fracas que só tinham como fonte de irrigação, pequenos vales e reservatórios de porte pequeno. Portanto, uma vez que a seca prolongava, as plantas de arroz secavam rapidamente, resultando numa grande fome e afetava seriamente a população. 
   Além disso, naquela época, a situação do transporte era muito precária e não possuía sistema de transporte eficaz como o de hoje, que transporta centenas, milhares de toneladas de materiais em pouco tempo aos locais bem distantes. Por esse motivo, mesmo que em locais distantes tivessem colheitas abundantes, não havia meio para transportá-los até o local que está sofrendo com falta de alimentos, e isso resultava como tragédia de morte de milhares de pessoas de fome. 

Seca provocado por aquecimento global é a principal causa de falta de alimentos.


 Apesar que, mesmo na era atual que temos agricultura desenvolvida com irrigação, grandes volumes de armazenamento de grãos e eficiente sistema de transporte, ainda ocorrem fomes que centenas de milhões de pessoas está em situação de desnutrição (que é "fome" em palavra mais bonita) nos países da África, tais como Eritreia, Etiópia, Brundi, Malawi, etc., Índia, Paquistão, Venezuela, e noutros países. 
   Se os governantes de países que gastam bilhões de dólares para guerra e armamentos destinassem orçamento para tirar as pessoas que estão passando fome, essa situação poderia ser resolvido bem rápido. 
 Segundo relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo (site)" publicado pela Programa Alimentar Mundial (World Food Programe), O número de pessoas que enfrentam a fome aumentou de 613 milhões em 2019 para cerca de 735 milhões hoje, revelou um novo estudo.

Mapa de fome da Organização para a Alimentação e Agrícola (FAO) 


Terremotos:
Em relação a terremoto, hoje em dia um terremoto grande causa muito mais estrago do que antigamente, pois, hoje, a população do mundo chegou a 8 bilhões de pessoas, 20 vezes a mais comparado com a época de Nichiren Daishonin que era apenas 400 milhões de pessoas. No Japão também, no século 13 vivia cerca de 3 milhões de pessoas, hoje vive 120 milhões, aumento de 40 vezes. 

Com exceção de deserto e oceano, praticamente não há lugar que homem não vive, consequentemente, se acontecer terremoto grande, a probabilidade de cidades com população grande ser atingido é mais alto e se isso acontecer, os estragos e número de vítimas serão enorme.

O terremoto de Valdivia de 1960 é considerado mais forte do mundo.

É o que aconteceu no terremoto de Valdivia de 1960 na Chile, na qual aproximadamente 7 mil pessoas foram vítimas e 1,5 milhões de casas foram destruídas.
No Japão também, o grande terremoto de Kanto de 1923, causou destruição total de mais de 100 mil casas, 210 mil casas foram queimados com o incêndio, 100 mil pessoas morreram, 103 mil pessoas feridas, 43 mil pessoas desaparecidas e 1,9 milhão de pessoas tiveram prejuízos. 

O terremoto de Kanto, destruiu totalmente a capital do Japão.


Epidemia 

Em relação a epidemia também a situação não é tão otimista. Apesar de, graças ao avanço de medicina, ciência tecnológica, bacteriologia, fisiologia, genética, muitas doenças que eram consideradas fatais no passado não representam tanto risco para a humanidade.
Desde a descoberta da vacina contra varíola por Edward Jenner em 1796, foram desenvolvidas muitas vacinas: BCG, influenza, hepatite, poliomielite, varíola, sarampo, rubéola, parotidite epidémica, febre amarela, que salvou dezenas de milhões de pessoas. 
Entretanto, ainda não foi descoberto cura para câncer, AIDS, e outras doenças consideradas incuráveis pela medicina de hoje.
E recente onda de Covid 19, que chegou a contaminar quase 250 milhões de pessoas em mundo inteiro e matou 5 milhões de pessoas.

Combater superbactéria é desafio da medicina. 


O avanço da medicina e ciência reduziu drasticamente as doenças fatais, mas ainda assim, de tempos em tempos parece que surgem novo tipo de doença que a humanidade tem que enfrentar. 
Além disso, tem também o problema de resistência das bactérias contra antibióticos. Já é conhecido “superbactéria” que é imune à ação de antibióticos. 

Em particular, os bebés, as mulheres grávidas, os idosos e as pessoas com doenças crónicas que têm sistemas imunitários fracos têm maior probabilidade de ficar gravemente doentes se contraírem uma infecção, por isso, se as bactérias resistentes se espalharem e o número de antibióticos disponíveis diminuir, a sua vidas estariam em maior risco.

Esse problema torna-se mais sério, quando o paciente é mulher grávida, idoso e as pessoas com doenças crónicas que têm sistemas imunológico baixo, têm maior probabilidade de agravar o sintoma, se contraírem doenças infecciosas. Por essa razão, se as superbactérias resistentes à antibiótico espalhar e o número de antibióticos eficaz diminuir, aumentaria mais o risco de vida.

A medicina avançou e as doenças que eram consideradas "fatais" no passado não são mais tão prigoso, entretanto, por mais que a tecnologia de produção de vacinas evoluem, novo risco de pandemia mundial não é descartado - disseminação veloz ao mundo devido ao sistema de transporte internacional e intercontinental rápido - e o problema de superbactéria, questões éticas sobre "morte cerebral" nos casos de transplante de órgãos... Há muitos problemas que a medicina têm hoje, que no século 13 não tinha. 


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