sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Kuon Ganjo

 O que é Kuon Ganjo”?


Os membros da Soka Gakkai, já deve ter visto ou lido esse termo nos impressos algumas vezes.

Você lê a explicação no jornal Brasil Seikyo ou na revista Terceira Civilização e... 

deve ter pensado "Não entendi patavina!"




Realmente, o princípio de Kuon Ganjo é dificílima de explicar. Mas vou tentar explicar de forma mais simples possível nessa matéria, resumindo as matérias relecionadas publicados na extranet e nos sites relacionados a Soka Gakkai do Japão. 



Conceito de Kuon Ganjo

(resumo da matéria publicado no Brasil Seikyo, Edição 1731)



Literalmente, “Kuon” significa “remoto passado” e “Ganjo”, o “início de tudo”. Juntos, “Kuon Ganjo” indicam o “tempo sem início”. Sob o ponto de vista do Budismo de Nichiren Daishonin, esse conceito não se refere apenas a um determinado momento ocorrido há muito tempo atrás ou no infinito passado. Podemos pensar em Kuon Ganjo como o momento (ou a realidade) que existiu no infinito passado e que se mantém até hoje, neste exato instante, e que continuará a existir pelo mais distante futuro.


No Registro dos Ensinos Orais, Nichiren Daishonin explica que “‘Kuon’ significa o que não foi trabalhado, que não foi melhorado, mas que existe na forma como sempre existiu”, ou seja, que está como é originalmente, desde o infinito passado



Essa “realidade que sempre existiu e que não foi modificada", em suma significa a nossa própria vida. Em outras palavras, isso indica que, originalmente (desde Kuon Ganjo), todos nós possuímos os Dez Estados de Vida, incluindo o estado de Buda.



Prelecao-Hoben-JuryoNo livro Prelecao-Hoben-JuryoNa Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, o presidente Ikeda afirma: “O Buda da iluminação real no remoto passado significa uma vida dotada com os Dez Mundos e que existe eternamente.” (Pág. 163.).

Em outro trecho, o presidente Ikeda descreve: “Kuon Ganjo refere-se à origem fundamental da vida e do Universo. Essa vida primordial é a vida do Buda da Liberdade Absoluta de Kuon Ganjo (久遠元初の自受用身Kuon Ganjo no Jiju yushin), que é o próprio Nam-myoho-rengue-kyo.



Nichiren Daishonin afirmou: ‘Remoto passado significa Nam-myoho-rengue-kyo.’ Quando a ilusão interior é dissipada, achamos que a vida, fundamentalmente, não tem início nem fim; ‘tornar-se um Buda’ quer dizer revelar e fazer surgir essa vida original, tal como ela é.” (Pág. 176.)


O presidente Toda dizia: "A vida de Nichiren Daishonin, como a nossa, não tem início nem fim. A isso chamamos de Kuon Ganjo. O próprio Universo é uma grande entidade viva, sem começo nem fim. Porém, a Terra, isoladamente, tem um começo e um fim."


Nossa vida não é uma ‘criação’ produzida por algum ‘criador’ ou por uma ‘divindade’. Ela existe junto com o Universo, e dessa forma continuará existindo infinitamente. Pode-se dizer que a vida é tanto criadora como criação” (Pág. 176). Assim, nossa vida, bem como o Universo como um todo, sempre existiu e sempre existirá, por um período infindável e sem limites. Eis o conceito de Kuon Ganjo.



No capítulo “Revelação da Vida Eterna do Buda” (Juryo) do Sutra de Lótus, o Buda sakyamuni  expõe o princípio de “Gohyaku jintengo”, ou remoto passado, que é um período de tempo inimaginavelmente longo.
Numa analogia, se pegássemos todas as partículas (átomos, em termos atuais) de todas as estrelas e planetas do Universo e, para cada uma, associássemos cerca de dezesseis milhões de anos, chegaríamos a um tempo inimaginavelmente longo. Diz-se que mesmo esse tempo é muito curto quando comparado ao Gohyaku jintengo (五百塵点劫).


No Sutra de Lótus, o Buda Sakyamuni explica que ele atingiu a iluminação pela primeira vez muito antes de Gohyaku jintengo. Porém, essa é uma forma literal e mais superficial de se entender o “remoto passado” exposto nesse sutra. Mas de um ponto de vista mais profundo, baseando-se nos ensinos de Nichiren Daishonin, o “remoto passado” escrito no 16o capítulo do Sutra de Lótus, a "Revelação Eterna da Vida do Buda" (Juryo) é o “tempo sem início”, ou Kuon Ganjo.



senseiO que o Buda Sakyamuni explica (ensina) no Sutra de Lótus é a sua própria percepção e iluminação. Entretanto, alí está retratada o aspecto último da nossa própria vida, isto é, que todos nós atingimos a iluminação, originalmente, num passado inimaginavelmente distante. Em outras palavras, significa que nossa própria vida está dotada com o eterno estado de Buda. E é justamente o Budismo de Nichiren Daishonin que esclarece esse ponto.



Sobre isso, o presidente Ikeda comenta: “A identidade original de todos os budas é um estado de vida iluminado para o Nam-myoho-rengue-kyo. Esse estado de vida é tanto a essência da iluminação como a vida do Buda verdadeiro. Do ponto de vista do Budismo de Nichiren Daishonin, o ‘Buda verdadeiro’ é o Buda de Nam-myoho-rengue-kyo.” (Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, pág. 155.).
Isso significa que, o que possibilitou Sakyamuni atingir a iluminação no remoto passado de Gohyaku jintengo foi exatamente a Lei de Nam-myoho-rengue-kyo.


É essencialmente importante saber que sem a revelação da Lei de Nam-myoho-rengue-kyo que possibilitou todos os budas a atingirem a iluminação, não seria possível entender como as pessoas comuns dos dias atuais poderiam atingir o estado de Buda.
Portanto, o Buda Original Nichiren Daishonin abriu o caminho para que todas as pessoas comuns da época atual atingissem o estado de Buda com a Lei do Nam-myoho-rengue-kyo. E, mais do que isso, ensinou que nossa vida, que é de Kuon Ganjo, é infinitamente preciosa e una com o Universo.
Essa compreensão nos leva a respeitar a vida de cada ser humano, abrindo o caminho para uma sincera compreensão mútua, convivência harmoniosa e resolução de conflitos.



utyuu1000




No livro “A sabedoria do Sutra de Lótus, um diálogo sobre religião no século XXI”, o presidente Ikeda explica: “O Buda do tempo sem início, ou Kuon Ganjo, o Buda que existe eternamente sem início ou fim é a própria vida do Universo. É o constante e incessante trabalho de conduzir todos à iluminação, sem um instante de pausa. De fato, esse Buda eterno e nós próprios somos um só. Isso significa que nós próprios viemos trabalhando para conduzir as pessoas à felicidade e empenhando-nos pelo Kossen-rufu desde o remoto passado, e não somente nesta existência.” (Brasil Seikyo, edição no 1.491, 16 de janeiro de 1999, pág. 3.)



Ainda no mesmo livro, há seguinte diálogo entre o presidente Ikeda e catedráticos do Departamento de Estudo de Budismo da Soka Gakkai:


Ikeda: O propósito do capítulo Juryo é ensinar que não apenas o Buda Shakyamuni, mas todos os seres vivos foram Budas desde tempo remoto, e o Shakyamuni deseja que todos “despertem” sore esse isso.  

Fazê-los despertar para a "grande vida eterna", e o “Sutra de Lótus de Nichiren Daishonin” torna isso possível. O Sr. Toda dizia: “O objetivo final do Budismo de Nichiren Daishonin é perceber a vida eterna. Devemos praticar para perceber que nós somos a vida é eterna. Isso é chamado de felicidade absoluta. Essa felicidade é eterna e nunca será destruída. Nós praticamos para consolidar isso." Temos que perceber isso na nossa vida”, e para tanto só existe a prática da fé. Sr. Toda também dizia: “É fácil entender teoricamente, mas compreender através da fé é completamente diferente."




Fim.

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